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Fric​ç​ã​o

by D Mingus

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1.
FRÁGIL PENUGEM NOS ARES GELADOS Renascendo das cinzas Brasa-coração Parto do salto Anunciação De um profeta do ácido Frágil penugem nos ares gelados Vigília no sonho Estação da fluidez Montanha de gelo No sertão se fez Crianças esquiam Derretem maçãs Rinocerontes passeiam calados Emoção química Do lobo frontal Jorrando formas Em curvas cerebrais
2.
DE CORPO PRESENTE Não lembro em que página parei Nem tampouco onde o livro deixei Mas qual era mesmo o nome daquela iguaria que me deu fome ? Perco o senso do tempo Nas coisas da casa imerjo Mas qual era mesmo o número do seu telefone ? Vê se não some Já não sei que horas são Mas tenho todo tempo nas mãos Esqueço pra lembrar De corpo presente Sentimentos há muito ausentes
3.
4.
ESTROBOSCÓPICA Deuses em 8 bits - it's playtime ! Batidas a 120 BPM - it's partytime ! Passando de fase passando de faixa a mix perfeita Em Recife começam os 90's - it's playtime ! Techno Pop e música lenta - it's partytime ! Estou alterado com todas essas luzes no salão percutindo o brilho do som A mix perfeita gravei pra ti numa fita - Você vai à festa da Rita ?
5.
VENDO UM METEORO PASSAR Perdi tanto tempo a olhar você dançando com outro par Saí da festa, fui sentar, olhando um meteoro passar - mal de timidez Não te chamaria pra dançar - você brilha, "super(e)st(á)r" a fim do céu
6.
NATURALMENTE PUNKS Você tem um quê de Frida Khalo E outros arquétipos tão caros Naturalmente punks Te chamei pra conhecer O meu lar de pequeno burguês Ristes com o tédio Deste coração velho Você tem um quê de Rita Lee E outros arquétipos tão free Naturalmente punks Estranhando mas gozando Rebelando mas soltando Um pouco mais da linha Da pipa que é sua vida
7.
AUTOSSABOTAGEM Fazer o bem pra si mesmo Costuma ser complicado Com tanta gente pedindo atenção Ser cobrado, avaliado Pago no final do mês. Já não sei dirigir-me a você, sem usar “prezado freguês” Auto-sabotador nato Com a culpa sacramentado O desprazer como fundamental Para manter o controle do instintos mais “carnais” Carnavais só com cinzas Sempre se auto-destruindo
8.
Devoniano 04:28
DEVONIANO Vem se despir ao sol Vento morno do arrebol Nos aventurar Ao entardecer Pelo mangue andar Nos fundir Tempo enferruja o anzol Dobras de um caracol Uma espiral A desenrolar Lanças ao mar Finas redes Vê teus deuses pagãos Quanto são afirmação Uma ponte ao cais Ao entardecer Pelo mangue andar Nos fundir
9.
QUATRO VENTOS Bóreas é violento Aonde chega causa tormento Zéfiro, ao contrário Com ele tudo é calmo Noto é desastrado Derrama chuva do vaso Já Euro, é generoso Bom tempo para todos São eles os quatro ventos Que a Éolos escutam
10.
Trêmulo 04:13
TRÊMULO Treme o pé Treme a terra e o pasto Treme o olho da fé Desestabilizado Treme a canção Treme a voz e o vento Treme a boca e as mãos Aonde buscam alento Revirando o nosso ventre O medo de perder Aquilo que nunca tivemos - Volta ao caos
11.
ESTRELA DO ORIENTE Fechar o canal da escuta oprimida Limpar a mente do som da serpente de aço, comprida rastejando pelo ambiente Ouvir o silêncio dentro da cabeça Colocar o corpo em pé de conforto Alinhar a mente com a estrela do Oriente
12.
Eno 02:25
ENO Põe pra tocar esse disco de Brian Eno ele deixa o ambiente tão zen cheio de possibilidades estéticas Antes de produzir o U2 imagina tu que o bicho pintou e bordou Roxy Music é tão bom, mas eu prefiro Eno, Eno Fripp, Bowie, Byrne, Cluster Eno, Eno Nico, Cale, Devo, Can Eno, Eno Você é meu anti-hino, Eno
13.
O FANTASMA DO UNDERGROUND Um outro eu Vaga por aí Subterrâneo, num túnel sem fim Ele é um fantasma Do underground Vive além do bem e do mal

about

Execução, gravação, edição, mixagem e masterização por D Mingus entre dezembro/2012 e maio/2013 no Home Studio Pé-de-Cachimbo

Participações Especiais: Tiago Marditu (percussão em "Frágil Penugem nos Ares Gelados"), Graxa (voz em "Eno") e Daniel Liberalino (vozes, synths e efeitos em "Autossabotagem", "Naturalmente Punks" e "Estrela do Oriente")
Arte Gráfica: Daniel Liberalino



"Domingos Sávio é uma espécie de mago ou criatura fantástica que parece ter atravessado o tempo. Mantendo base na sonoridade firmada nos anos 1970, o cantor e compositor pernambucano traz no resgates específicos do que foi conquistado há três ou mais décadas o componente básico para abastecer as excentricidades sonoras e poéticas de Fricção (2013, Independente), terceiro e mais novo registro da carreira à frente do D MinGus. Filho pródigo do Krautrock e bastardo da psicodelia tropical que tomou conta da música brasileira no passado, o músico usa de cada uma das estranhas faixas que se espalham pelo disco como um exercício claro de experimentação.

Interessado na mesma essência nostálgica que acompanha o propósito da bandas como Cidadão Instigado e Mopho, Sávio atravessa o novo disco em um esforço constante de nítida descoberta. Completamente oposto das afinações com o Folk e o bucolismo acústico que decidiram os rumos dos trabalhos anteriores – principalmente o caseiro Canções do Quarto de Trás (2012) -, o músico e os parceiros de grupo trazem na convergência de elementos sintéticos um princípio para uma obra que vai muito além de qualquer limite prévio. Ora lisérgico, ora onírico, o álbum incorpora em cada escolha uma mutação sonora crescente, exercício que intencionalmente parece montado para confundir o ouvinte.

Não se deixe enganar, ainda que o Dream Pop essencialmente ambiental de Frágil penugem nos ares gelados, faixa de abertura do disco dê a entender que temos em mãos um trabalho de certezas, música após música o oposto dessa percepção é o que sustenta a recente obra de D MinGus. Apresentada logo em sequência, De corpo presente é um misto de Os Mutantes da fase progressiva com o romantismo brega de Odair José, um encontro que parece temperado pelas experiências tortas do Kraftwerk (ou seria Can?). Sobram ainda heranças volumosas de bandas como Neu! (Buraco no tempo-espaço) e até arranjos que esbarram em Secos e Molhados (Naturalmente punks), uma visita ao passado, sem desgrudar do presente.

Assim como a capa que acompanha o disco, Fricção é a abertura para um universo próprio. São formas instrumentais flutuantes, vozes que brincam entre o acessível e o esquizofrênico, além de uma variedade de sons que se alteram do princípio ao fim de cada nova música. Sem o compromisso em assumir qualquer esforço de linearidade, o disco faz de uma colagem imensa de ritmos e referências o princípio para abastecer a obra. Fino exemplo dessa transformação se encontra em músicas como Devoniano e Quatro ventos, afinal, enquanto a primeira brinca com a temática sintética do 8-Bit para depois se perder em um mar de arranjos voltados ao pós-rock, a segunda se permite flutuar em um misto de psicodelia e ambient music. Aproximações de natureza oposta, mas capazes de se encaixar no princípio ilógico do álbum.

No que tange a poesia incorporada por Sávio, o princípio talvez seja ainda mais torto e naturalmente inventivo do que as próprias melodias. São manifestações cotidianas, como àquelas expressas em De corpo presente e Vendo um meteoro passar, ou mesmo canções que se esparramam em referências próprias, matéria incorporada na formação da música de encerramento, O fantasma do underground. Entretanto, é na criação da biográfica Eno que o álbum se mostra curioso. Espécie de homenagem ao músico e produtor Brian Eno, a faixa se sustenta por quase três minutos reforçando a obra prévia do artista britânico, tudo isso enquanto um jogo de sons se relacionam diretamente com a sonoridade abordada durante toda a carreira do compositor.

Provavelmente o maior esforço no decorrer da obra não seja o de D MinGus ao brincar com as experimentações sonoras em um caráter desmedido, mas para o próprio ouvinte, em tentar se manter em pé a cada terreno tortuoso que o disco pavimenta. Fazendo valer o próprio título, Fricção se manifesta como um choque constante, um espaço instável entre ideias que se esbarram, absorvem e provocam o espectador. Divergência e convergência de ideias capazes de dançar em um composto sonoro de plena nostlagia e ainda assim, atenção com o presente."


Por: Cleber Facchi (site: Miojo Indie)

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released May 3, 2015

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D Mingus Recife, Brazil

Artesão sonoro-visual

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