1. |
Xamã Orubá
04:04
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Xamã Orubá
(Mingus)
no meio da noite
acordou e sonhando caminhou até
a serra do Ororubá
onde o esperava sentado um velho pajé
que o ofereceu a bebida sagrada
de um deus vegetal - Jurema
E a iniação espiritual
deu-se então...
(citação: canto xucuru contido no documentário "Rito Sagrado Xucuru" - 2009)
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2. |
Zeto, o tal
02:13
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Zeto, o tal
(Mingus)
pelo buraco do tatu
a terra do nunca
no sertão do Pajeú
Zeto era o tal
tocando arribação (soprando arribação)
na viola ancestral (num pife ancestral)
montado em um burro brabo
não temia a deus
nem ao próprio diabo
Zetotal
Zenimguém
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3. |
O náufrago
04:48
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O náufrago
(Mingus / A. Ferraz)
a tempestado meu barco atravessou
ma(i)s um pedaço dele lá ficou
e no mar calmo em que agora vai
vou reparar o que se quebrou
jogando minha rede contra a maré
às vezes o que eu pesco
é deserto, não dá pé
mas quando atraco fugindo do mal tempo
náufrago de mim mesmo eu sou
navegar, sem cessar
barco que não pode ancorar
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4. |
Carnaval dos Sentidos
02:41
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Carnaval dos Sentidos
(Mingus)
Como um letreiro solar
é aquela garota que aparece
um signo indecifrável
que incandeia e me aquece
Não era sossego não
só tédio, indecisão
e o vento frio aqui de fora
é cúmplice da minha provação
Fui de repente invadido
no tempo do absurdo agora estou
com o carnaval dos sentidos
a multidão me abraçou
Louco que nega o são
gozando sem aflição
o tempo efêmero desse encanto
salto do expresso salvação
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5. |
Clube dos 50's
01:33
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6. |
Mágica e Luz
02:12
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Mágica e luz
(Mingus)
Devorava com meus olhos incansáveis
Teu livro de sons
Cores, sabores, perfumes, toques nus...
Mas perdi-me em rótulos,
em bulas e jornais
em best sellers, comerciais
Fiquei cego dos sentidos
E com a razão
Cheia de detritos da emoção
Vem trazer de volta
Tua mágica e luz
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7. |
Ostracity
03:26
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Ostracity
(Mingus)
ostracity
fechada em sua própria escrotice
ondas num mar de mormaço
teu sorriso falso
ostracity
gritei verdades mas não me ouvistes
tubarões rondando barcos
farejam meu cansaço
ostracity
se eu não desisto mesmo assim triste
é pela minha viola
que insiste em transformar
vermes em
pérolas (do mar)
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8. |
Jovem Vampiro
03:35
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Jovem vampiro
(Mingus)
Na galeria do centrão
ela permanece um arrastão
falange das horas no refrão
de um roque sujo da última estação
Na boemia a encontrei
quando me perdi de vocês
o seu beijo me liquefez
enrolo um bagulho com as velhas leis
sangue novo me refez
um jovem vampiro em sua embriaguês
e agora, já passam das três
espero o bacurau mais uma vez
You better find some inner fire
(some fire)
You better find some inner fire
(some fire)
You better find some inner fire
(some fire)
You better find
let's search some fire
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9. |
Gato da Cidade
02:09
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Gato da cidade
(Mingus)
Gato da cidade
sei quantos telhados tens pisado
Mesmo desamparado
Teu instinto sempre tem te levado
a sobreviver
de galho em galho
muro em muro
grade em grade
Teus olhos vidrados
não gozam de humana piedade
Tuas garras cortantes
dividem tua sina em metades
não és presa incauta
és luta
ou fuga desembestada
À noite vagas errante
durante o dia vasculhas os escombros
Reviras o lixo
quando não achas um rato ou um pombo
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10. |
Revolução #3.1
03:01
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Revolução # 3.1
(Mingus)
voando baixo pela rua
"procure e destrua"
eu vou te cuspir solidão
te pôr em auto-combustão
antiquado ou o quê
esse rock tem o poder
de falar mais alto
e te tomar de assalto
Tenho boas intenções
mas hoje não...
só quero pesar
como chumbo no ar,
a porta escancarar
não adianta se esquivar
com as amigas no bar
eu vou invadir o salão
e fazer a revolução
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11. |
Santanestesia
03:32
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Santanestesia
(Mingus)
santanestesia
vem alinhavar esse dia
é tanta vacilação
da raça humana
aplaca essa consciência aguda
aplaca essa consciência aguda
que fura-me o medo na agulha
abandono meu corpo
nesse momento de dor
vou pra outra dimensão
furando o medo na agulha
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12. |
Sinfônico Blues
03:51
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Sinfônico blues
(Mingus)
no escuro compus
sinfônico blues
com cordas da minha forca
madeira da cruz
meu pesar
em um fosso secreto
do piano bar
uma orquestra de fantasmas
a me acompanhar
resignados
vento do norte
sopraste uma canção
quebrando grilhões do passado
mas não me ensinaste o perdão
carrego pedras na mão
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